segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eu Sou Deus - Ilusões

Em primeiro lugar, quero pedir desculpas por ter desaparecido um pouco na semana passada. Tive alguns compromissos, estou fazendo tudo ao mesmo tempo, ou seja, uma bagunça. Por causa disso, o livro da semana vai acabar tendo duas, mesmo porque na semana que está começando também tenho mil coisas, mas vou fazer o máximo pra atualizar vocês.

O tema de hoje é "ilusões". Resolvi falar sobre isso por dois motivos. O primeiro deles é que nós, com toda a nossa humanidade, nos deparamos com ilusões a todo momento. O segundo motivo foi próprio da história de "Eu Sou Deus", na qual, como já vimos, há uma dissimulação incrível de personalidades que assume nossa personagem. Assim, a esperança muitas vezes se confunde com a realidade e com a ilusão, criando e alimentando o que Giorgio Faletti chama de "Deus".
"Um bater de cílios, um salto indecifrável no cronômetro da eternidade. No entanto, bastaram para apagar tudo. Agora, se levantasse os olhos, só veria diante de si uma parede lisa, cujo único apoio para encorajar a subida era seu rancor". 

"Era uma época em que ainda acreditava que as esperanças não custavam nada, antes de aprender que, ao contrário, podem custar muito caro". 


E dessas frases nasce a que, a meu ver, é a mais gritante do ceticismo:
"Teve a impressão de que o vento, aquele que impedia os anjos e os homens de chorar, tinha de repente parado de soprar".

Para aqueles que fazem a guerra, que conhecem o peso da destruição e de serem destruídos, as memórias e o aprendizado que dela surgem levam, muitas vezes, à vontade do desaparecimento, do esquecimento perante aqueles que esperam.
"Agora, tudo o que lhe restava daquela farda era uma jaqueta de tecido verde no fundo de uma sacola. E as regras voltaram a ser as de sempre.
(...)
Sem saber, os homens que lhe mandaram enfrentar a guerra e seus ritos tribais deram-lhe algo que, antes, ele apenas tivera a ilusão de possuir: liberdade."

"Havia uma nota de reprovação naquelas palavras e naquela voz. Ele se levantou num salto, apoiando para si mesmo com as duas mãos.
-Não está vendo, Ben? As cicatrizes que está vendo no meu rosto estão espalhadas por todo o meu corpo.
-Ela amava você.
Ben se corrigiu imediatamente.
-Ela ama você.
Ele sacudiu a cabeça como se quisesse afastar um pensamento incômodo.
-Ama um homem que já não existe mais.
-Tenho certeza de que...
Ele o deteve com um gesto de mão.
-As certezas não são deste mundo. E as poucas que existem são quase sempre negativas."

Deixo, assim, para vocês, uma última frase que me chamou muito a atenção; levando o contexto do livro, tudo faz sentido. Quando, porém, trazemos à realidade, a veracidade se desfaz, à medida que se sobrepõem nossos valores.

"A fé era uma dádiva, como o amor, a amizade e a confiança. Não podia nascer da razão. A razão só podia, em determinados casos, ajudar a mantê-la viva. Era o outro trilo, o que corria paralelamente, numa direção que não se podia conhecer. Mas se a fé levava à perda da razão, perdiam-se com ela o amor, a amizade, a confiança, a bondade.
E, portanto, a esperança."



Camila. 

Um comentário:

  1. Realmente estamos cercados de ilusões no nosso dia-a-dia, e enfrentá-las faz parte da batalha diária de todos nós.
    Em vez de tentarmos derrubar essas ilusões e conviver com a verdade, preferimos nos conformar e nos adaptar a esse mundo moldado sobre ilusões em que vivemos.
    Esse é mais um erro do homem na sociedade.

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