sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma Vontade Louca de Dançar - Sobre a vida

Hoje vim tratar de um assunto polêmico: a vida.

Muitas vezes nos questionamos tanto acerca de tudo o que acontece, ou sobre o que deveria ou não ter acontecido, ou se aquilo foi justo....a vida é, além de tudo que vivemos, uma incerteza muito grande. Nela, infelizmente, às vezes as únicas certezas que podemos ter, segundo Élie Wiesel e Doriel, nosso personagem, não expressam sentido compreensível, muitas vezes. Para Giorgio Faletti, autor de Eu Mato e Eu Sou Deus, "as certezas não são desse mundo. E as poucas que existem são quase sempre negativas" (vou colocar os livros dele na nossa lista mais pra frente, são maravilhosos!!!!).

Doriel faz conclusões que podem parecer imperceptíveis a nós, à medida que nos esquecemos realmente do ser humano que existe em cada um por conta da pressa que cada vez mais consome os homens, e mostra que o que importa está mesmo das coisas pequenas; na arte de parar por um instante e observar, viver.

Acima de tudo, o autor nos convida a refletir e tirar as nossas próprias conclusões sobre como estamos escrevendo a nossa própria história, e nos lembra que a roda da vida nunca para de girar.

Separei algumas passagens do livro pra vocês...me digam o que acharam!!
"Sentado em um banquinho, eu podia passar horas a fio fixando o vazio na esperança de preenchê-lo com a areia trazida pelas lágrimas das viúvas e dos órfãos, ou com o riso dos mendigos chamando a felicidade, para fugir assim que ela se aproxima. Tinha, então, a sensação de saber tudo e de nada compreender, ou, então, de nada saber, mas compreender coisas que aos outros escapam."
"O mesmo ocorre com relação à fé na humanidade do homem: antigamente, eu acreditava, apesar do próprio homem, do fundo da alma. Não acredito mais. Aqui estou, contando-lhe, talvez, a vida e a agonia de um homem que não conheço; sei apenas que é um ser humano como a senhora e eu, mas cujo destino foi manipulado, desfigurado, amputado. É essa a doença..."
"E a vida? O que vem a ser a vida? Não sei. Mas como viver? Esta é a verdadeira questão. Avançar isolado, sem contato algum, mesmo esbarrando em cada esquina, em cada trauseunte, em cada parede, é pior do que viver em um espaço sem consistência, glutinoso, brumoso, onde tudo é esfumado e translúcido? Creio, doutora, ter bebido da vida até a última gota. Já não disse, suficientemente, que não sou feliz? Contei porque permaneci celibatário? Falei-lhe o bastante da fé? Vejo nela uma provação infinita, um enfrentamento. Eu luto, e não me lembro mais por quê."

"Tudo? Uma palavra assim imensa pode nada dizer, ou muito pouco. Leve, sem espessura, como todas as demais. Talvez recobrisse seus impulsos, seus caprichos irracionais, sua curiosidade por tudo que saía do comum, sua recusa das normas impostas por uma sociedade hipócrita, à deriva e condenada à extinção, por tanto medo de se entediar."


Fotos: Camila

O que estão achando?? Me deem dicas, críticas e sugestões! Espero estar agradando a todos!!

Camila.

2 comentários:

  1. Muito interessante vc mostrar as partes que mais te chamaram atenção! Serve como estímulo para lermos mais! Esta muito bom!

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